A música brasileira possui 3 momentos bem interessantes: 1959 - bossa nova; 1967 - tropicália; 1979 - vanguarda paulista. E é nesse último momento onde surge este disco, que é o seu maior representante. Clara Crocodilo é uma amálgama de música serial (incluindo o dodecafonismo, proposto pelo Arnold Schoenberg, onde uma nota musical só pode se repetir depois de serem tocadas todas as 12 notas, num ciclo, assim evitando que a música tenha um tom), jazz, vocais operáticos (contando com Tetê Espíndola e Vânia Bastos), o próprio vocal rasgado e falado do Arrigo, e uma influência fora da música: histórias em quadrinhos. Arrigo Barnabé tentou transpor a linguagem dos quadrinhos para a música, e criou o personagem Clara Crocodilo, um monstro que está preso no disco. No entanto, o disco não trata apenas dessa personagem, mas da vida urbana em uma metrópole, em geral, com suas paranóias e singularidades.
Com todos esses ingredientes, o disco se torna, no mínimo, curioso (pra mim é uma obra-prima). Ouve aí.
TRACKLIST
01. Acapulco Drive-In
02. Orgasmo Total
03. Diversões Eletrônicas
04. Sabor de Veneno
05. Infortúnio
06. Office-Boy
07. Clara Crocodilo
08. Instante
~ Link: Arrigo Barnabé - Clara Crocodilo [1980]
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